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História


Em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, foi adicionado á Freguesia de Paião o território da freguesia de Borda do Campo, entretanto extinta.

 

Paião

A freguesia do Paião foi criada em 1900, depois de ter sido desanexada de Lavos em Dezembro de 1853, no entanto a actual Igreja paroquial só começou a ser construída em 1902.  A 30 de Junho de 1989 a povoação foi elevada a vila. Paião pertenceu, noutros tempos, a uma ordem de vigários que estavam ligados ao Mosteiro de Santa Clara de Coimbra. O Paião albergou uma ordem de vigários ligada ao Mosteiro de Santa Clara de Coimbra. Com Lavos formou um concelho pertencente a Montemor-o-Velho, o qual viria a ser extinto em 1853. Esta Freguesia teve fama de terra dos alfaiates, chegando a haver naquela localidade cerca de 30 alfaiates. 

A freguesia do Paião é rica em monumentos históricos dos quais se salientam o Convento de Seiça e a Capela de Seiça. Seiça tem uma história provida de interesse, que se cruza com os Mouros, D. Afonso Henriques, a Ordem de Cister e o arroz. Seiça é um sítio divino, mágico, onde habita Santa Maria de Seiça, que podemos visitar na sua capela, e onde existe um Convento. Foi habitado por monges da Ordem de Cister ate ao séc. XIX! Com a extinção dessa ordem foi comprado pela família Carriço, que o utilizou como fábrica de descasque de arroz e construiu ainda no local três vilas.

Trata-se pois, de três casas, um convento, uma capela, três fontes, campos de arroz e de milho, uma ribeira e os seus canais, sapais e algumas zonas pantanosas, não de uma aldeia, talvez de um sítio, onde os monumentos e as casas se misturam num eco sistema rico e cheio de vida.

A fundação deste mosteiro data do séc. XII, altura em que entrou para a Ordem de Cister, quando D. Sancho I o doou ao mosteiro de Alcobaça. A construção foi levada a cabo pelo arquitecto Mateus Rodrigues, durante finais do séc. XVI, início do séc. XVII.

A sua toponímia é controversa, defendendo-se que poderá tanto ter a ver com a vulgarização do termo latino pelagus (relativo ao mar, caracterizando um povoamento de pessoas vindas da costa) que daria polegão (nome de um peixe, depreciativo, atribuído a um grupo de pessoas), como de uma origem mais próxima por um aumentativo de Paio (ligado a uma localidade próxima chamada Sampaio. 

 

Borda do Campo

Borda do Campo  foi sede de freguesia extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo o seu território sido anexado à freguesia de Paião.

Os terrenos que conhecemos hoje como Borda do Campo já pertenceram outrora ao Convento de Seiça, sendo os seus frades responsáveis pela implantação e desenvolvimento da agricultura na zona, cuja principal actividade é ainda hoje, o cultivo do arroz, dando origem às magníficas e variadas paisagens que podem ser apreciadas ao longo no ano.

A proximidade dos campos de arroz, a cujos moradores os mesmos pertencem, atribui às suas povoações a designação comum de Borda do Campo, sendo esta uma expressão popular da oralidade local, conhecida desde os nossos avós, consagrada oficialmente pela primeira vez com a criação do Conselho de Moradores da Borda do Campo, em 19 de Setembro de 1979.

O nome Borda do Campo advém do nome da colectividade à qual estavam ligadas a maioria das pessoas que lutaram pela sua formação.

Elevada a Freguesia do Concelho de Figueira da Foz em 1989, o território que constituia hoje a freguesia de Borda do Campo fazia anteriormente parte da freguesia de Paião, sendo o território novamente o seu território sido anexado à freguesia de Paião em 2013.

Quando em 12 de Março de 1771, D. José I criou a comarca da Figueira da Foz, entre outras povoações, Paião e Lavos foram desmembrados do concelho de Montemor-o-Velho, ao qual pertenciam até essa data.

Posteriormente Lavos foi elevado a concelho, composto pelas freguesias de Lavos e de Paião, e integrado na comarca de Soure, tendo sido extinto em 1853, passando as povoações que o constituíam a fazer parte da comarca e concelho da Figueira da Foz, até à presente data.

 

O Cultivo do Arroz

O cultivo do arroz é a principal actividade agrícola de Borda do Campo, sendo também responsável pelas belas paisagens que se vão transformando ao ritmo das estações do ano.

A cultura do arroz terá sido introduzida em Portugal no reinado de D. Dinis, no Baixo Mondego, na zona de Montemor-o-Velho, a partir de semente procedente da região de Sevilha.

Conhecido por “O Lavrador”, este rei governou em Portugal de 1279 a 1325.

Desenvolveu a agricultura, dando terras para cultivar a quem não as tinha (mas apenas se as trabalhassem) e por transformar zonas de pântanos em terras próprias para a agricultura.

No Inverno os campos encontram-se em repouso após mais uma época de colheitas.

À medida que as chuvas vão caindo, os campos vão-se transformando num enorme espelho de água.

Em meados da Primavera tem início um novo ciclo de cultivo.

Em Abril preparam-se os terrenos.

As maquinas limpam as valas para poder drenar e irrigar os campos.

A descida das águas é um festim para a aves, alimentando-se de lagostins a pequenos peixes.

Em meados de Abril, inicio da gradagem dos campos.

A utilização de rodas de ferro oferece maior sustentação ao tractor e deixam menos rastos que as rodas de borracha.

Com a utilização de uma grade traseira remexem o terreno previamente alagado com água, para arrancar as ervas daninhas e nivelam o terreno deixando a superfície lisa e totalmente submersa.

Este processo também permite a formação de lama, ideal para receber o arroz préviamente germinado e facilitar assim o seu enraizamento, evitando que seja arrancado e deslocado pelas pequenas ondas formadas pelo vento.

Apesar de já se poder semear o arroz através de avião, a maioria dos agricultores da Borda do Campo opta por fazê-lo a pé, de barca ou de tractor. Para se poder guiar durante a sementeira, o agricultor divide o terreno em pequenos lotes, através da colocação de canas ao longo da sua propriedade.

Nos últimos dias de Abril decorre a sementeira do arroz. A azáfama no campo é muita e entre tractores e barcas, o arroz é lançado à água. Nesta zona do Baixo Mondego são várias as técnicas utilizadas para semear o arroz.

 

Os Moinhos

Na região da Ribeira de Seiça, em zonas de campos agrícolas, existem ainda vestígios de alguns dos muitos moinhos que outrora funcionavam nesta área.

Na aldeia do Casenho, freguesia de Paião, situa-se o último moinho em pleno funcionamento. Com 86 anos e com a força que a saúde ainda lhe permite é junto às mós que Manuel Carvalho se sente feliz, mas lamenta que mais ninguém queira aprender o ofício. Para este moleiro o seu moinho é a sua vida e antes que se perca para todo o sempre, urge preservar este património vivo, para além do edificado.

Foi com a consciência da necessidade de preservar um pouco deste património que realizámos esta reportagem. Neste vídeo é possível observar uma actividade menos vista pelo público em geral, mas fundamental para o bom funcionamento do moinho – o picar da pedra.

Moinhos da Ribeira de Seiça e do Casenho

Numa região de campos férteis e de linhas de água, outrora navegáveis, rodeada por florestas, arrozais e pauis, Seiça sempre teve uma influência mística para quem a visita, transmitindo a sensação de podermos viajar até ao passado. A história deste lugar cruza-se com a lenda do abade João, monge retirado no Mosteiro de Lorvão, que recebeu do rei Ramiro I, de quem era tio paterno, a doação da vila de Montemor-o-Velho.

Utilizada tanto pelos monges como pelas povoações, a ribeira de Seiça e o controlo dos canais de água revelaram-se fundamentais tanto para a agricultura, como para a implementação de diversos moinhos de rodízio nesta região. Para além desta ribeira, existem outros cursos de água, tal como o rio Pranto e seus afluentes, que permitiram igualmente a instalação de moinhos nas suas margens.

Publicado por: Freguesia de Paião

Última atualização: 22-01-2024